Sempre orientamos as mulheres em situação de violência doméstica a buscar um profissional especializado na área de proteção às mulheres em situação de vulnerabilidade.
O que é violência doméstica e familiar?
Quais são as formas de violência? Para a denúncia da Lei Maria da Penha, precisa ser violência física?
Não. A violência pode ser física, psicológica, moral, sexual ou patrimonial.
Poderá ser feita a denúncia nos casos de violência física que resulte ou não em lesões corporais, na qual a ação é pública e incondicionada (isto é, não depende da vontade da vítima):
A violência também poderá ser psicológica , como ameaça ou perturbação, sendo, neste caso, a ação penal pública e condicionada à representação da vítima (que deve manifestar à autoridade policial ou ao juiz dentro do prazo de seis meses após a ocorrência seu desejo de continuar com o processo).
A violência sofrida poderá também ser moral, nos casos de calúnia, difamação e injúria:
A violência também poderá ser sexual, que abrange desde qualquer relação sexual não desejada (o estupro marital também é crime!) até a atitude de obrigar a presenciar qualquer ato libidinoso mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força. A violência sexual também inclui ações que induzam a comercializar ou utilizar de qualquer modo a sua sexualidade, impeça de usar método contraceptivo ou que force ao matrimônio, gravidez, aborto ou prostituição.
Não há, na legislação brasileira, isenção para a prática sexual forçada sob alegação de dívida conjugal!
A violência sofrida também pode ser patrimonial:
Por fim, vale frisar que o agressor pode ser afastado imediatamente do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida pelo juiz, pelo delegado (se não houver juiz) e pelo policial (se não houver juiz nem delegado na cidade).
O que fazer caso você esteja ouvindo ou presenciando uma mulher em situação de ameaça ou agressão:
O que fazer caso você esteja em situação de emergência de violência doméstica?
Se você está em situação de violência constante ou rompeu o relacionamento e tem medo de uma futura agressão, desenvolva um plano de segurança:
– Tenha sempre um celular por perto e mantenha o telefone em um cômodo que você possa trancar pelo lado de dentro
– Tenha um número de uma pessoa de confiança na discagem rápida do seu celular
– Oriente a pessoa de segurança para acionar 190 no caso de silêncio ou gritos
-Informe seus vizinhos e conhecidos, inclusive da existência de medida protetiva, pedindo para que acionem 190 em caso de aproximação do agressor. Combine gestos, palavras ou frase para indicar a situação de risco
– Se o agressor se mudou, troque as fechaduras
– Identifique a saída mais fácil da sua casa (porta ou janela)
– Corra para este cômodo previamente identificado.
– Ensine seus filhos a saída de segurança
– Evite cômodos pequenos onde o agressor poderá encurralar você
– Evite cozinha e depósitos onde o agressor terá acesso a facas, tesoura, canivete
– Memorize o endereço de uma pessoa de confiança para fuga, mantendo uma bolsa organizada com cópia de documentos seus e das crianças, dinheiro, medicamentos e chaves
– Mantenha consigo e envie para pessoas de confiança (inclusive seu chefe) cópia da medida protetiva
– Informe a creche ou a escola sobre quem está autorizado a retirar as crianças
– Indique a seus filhos pessoas de confiança para procurar em casos de emergência
– Não viole a medida protetiva (receber ligações, telefonar ou trocar mensagens com o agressor)[1]
Sempre orientamos as mulheres em situação de violência doméstica a buscar um profissional especializado na área de proteção às mulheres em situação de vulnerabilidade. O acompanhamento interdisciplinar, com encaminhamento aos órgãos públicos e instituições privadas de proteção à mulher em violência doméstica, facilitará a mulher a sair do ciclo da violência.